Moçambique foi duramente atingido por dois dos piores ciclones registrados em décadas, com centenas de mortes e dezenas de cidades completamente devastadas. O país ficou mergulhado em uma profunda crise humanitária. O Banco Mundial previu que seriam necessários mais de US$ 2 bilhões para atender Moçambique, Zimbábue e Malaui, países atingidos pelas tempestades, onde milhões de pessoas lutaram para sobreviver em condições sub-humanas, sem nada para comer ou beber. Segundo relatos da imprensa, mulheres foram coagidas a trocar comida por favores sexuais. Em um comunicado recente, a Unicef clamou pela atenção do mundo para pelo menos 1,6 milhão de crianças que precisaram de assistência urgente. Até então, apenas 23% dos recursos reivindicados ao plano de resposta humanitária estavam previstos pelas Nações Unidas para Moçambique, país mais afetado pelo ciclone, com 240 mil casas completamente destruídas. Enquanto isso, sem abastecimento de água, a epidemia de cólera (que já era endêmica em muitas cidades) assumiu proporções assustadoras.